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Muitas pessoas buscam o emagrecimento, mas acreditam que devem apenas fazer exercícios "aeróbios", como corrida, caminhada, bike... Será que isso é adequado? Para esclarecer esta dúvida, hoje trazemos este texto muito interessante publicado no blog LeanLife e escrito pelo Professor Me. Bernardo Neme Ide e pelo Bacharel em Ed. Física Lúcio Vitorelli Muramatsu:

Musculação e emagrecimento

Fazer musculação emagrece? Achava que só ajudava a ganhar massa muscular…

Ao contrário do que muitas pessoas pensam a resposta é sim, fazer musculação pode ajudar a emagrecer! Nesse texto vamos discutir sobre o assunto e tentar te convencer a fazer musculação para perder aqueles quilinhos extra.

O que faz emagrecer são os exercícios de longa duração e baixa intensidade?

Antigamente, o que era colocado na literatura mais clássica era que os exercícios mais indicados para perda de gordura seriam os predominantemente aeróbios – realizados em baixa ou moderada intensidade e por um longo período de tempo (Borsheim e Bahr, 2003). Essa indicação foi feita antigamente devido à complexidade e o tempo necessário para se oxidar  a gordura (Spriet e Heigenhauser, 2002). Todavia, trabalhos canadenses mais atuais (Gibala, 2007; Gibala e Mcgee, 2008; Gibala e cols, 2008) demonstraram que após a realização de exercícios intensos, as células musculares tornam-se mais sensíveis à utilização de gordura como fonte de energia. Uma das principais responsáveis por esta maior sensibilidade é uma enzima chamada AMPK (Gibala e Mcgee, 2008). Essa enzima serve como um “sensor” metabólico a fim de favorecer a utilização de gordura e poupar o glicogênio muscular (reserva de energia a ser utilizada, preferencialmente, pelo metabolismo anaeróbio) (Aschenbach, Sakamoto e Goodyear, 2004).

Fazer musculação pode te fazer perder gordura durante ou após o treino?

Quando terminamos uma sessão de treino, nosso organismo aumenta o chamado consumo de oxigênio por até 5 horas. Esse fenômeno é chamado de EPOC (Excess Post-exercise Oxygen Consumption). A magnitude do EPOC é diretamente proporcional a duração e intensidade do exercício, ou seja, quanto mais intenso e volumoso for o treino (mais carga e repetições, por exemplo), maior será o consumo de oxigênio pós-esforço (Borsheim e Bahr, 2003).

Além disso, outro fator que vai a favor do aumento da queima de gordura na musculação é a liberação do hormônio cortisol (Hayes, Bickerstaff e Baker, 2010). Este hormônio possui uma importante função metabólica na quebra dos triglicérides (moléculas de gordura) estocados no tecido adiposo, liberando-os na corrente sanguínea (Hayes, Bickerstaff e Baker, 2010). Após o exercício, essa liberação de triglicérides é fundamental para o fornecimento de energia ao processo de reconstrução muscular (Coffey e Hawley, 2007).

Veja em nosso último artigo “O mito das 4 séries de 10″ onde falamos do dano causado pelas sucessivas contrações musculares. Para reconstruirmos a musculatura danificada, necessitaremos de muita energia. Energia essa que virá do substrato mais energético, porém, o menos desejado em nosso organismo: a gordura! Dessa forma, após um treino intenso na musculação, enquanto você se desloca para sua casa ou trabalho, suas células musculares estarão “loucas” para consumir as gorduras que tanto você queria! E mais… mesmo quando você estiver descansando, elas também precisarão de energia, pois lembre-se, após os treinos o nosso consumo de oxigênio aumenta, isso quer dizer que, continuaremos a queimar as gorduras por até 5 horas após o treino.

Ganhar músculos te faz emagrecer no longo prazo

A musculação também ajuda a emagrecer no longo prazo, pois conforme você aumenta sua massa muscular, precisará cada vez mais de energia para manter esse tecido ativo, correto? Isso é o que explica o chamado aumento na taxa metabólica de repouso em indivíduos treinados. Esse aumento no gasto calórico durante o repouso garante que o indivíduo continue ingerindo a mesma quantidade de alimentos e calorias e mesmo assim consiga emagrecer, pois o seu corpo estará consumindo mais energia do que antes. Esses fatores fazem com que os treinamentos realizados em alta intensidade sejam estratégias interessantes e eficazes para o emagrecimento.

• O treinamento na musculação aumenta o consumo de oxigênio pós-exercício por até 5 horas (EPOC);
• Aumenta a secreção do hormônio cortisol que favorece a lipólise (quebra da reserva de gordura no tecido adiposo);
• Ativa enzimas chamadas de “Sensores metabólicos” (AMPK) que favorecem a utilização de gordura pelas células musculares;
• Aumenta o consumo de gorduras para a reconstrução da musculatura lesionada;
• Aumenta a massa magra, aumentando assim a sua taxa metabólica de repouso, fazendo o organismo gastar mais calorias durante o dia.

Ressaltamos a necessidade de um acompanhamento nutricional para potencializar os resultados, bem como a orientação de um profissional formado em Educação Física para a realização correta e apropriada dos exercícios.