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Lombalgia: você entende o que acontece com seu corpo? Visão do Método Busquet Escrito por: Seja Integral
16 de Outubro de 2015

Hoje falaremos sobre a Lombalgia, um sintoma muito comum entre as pessoas e que, na maioria das vezes, é mal compreendida, mal diagnosticada e mal tratada, havendo muitas recidivas e sem o conhecimento real do que está acontecendo.

O que é a Lombalgia?

Lombalgia é um sintoma no qual ocorre dor na região da coluna lombar.  Não é uma doença, é um tipo de dor que pode ter diferentes causas - algumas muito complexas. Algumas vezes, a dor se irradia para as pernas com ou sem dormência.

O que causa a Lombalgia?

Ela pode ser aguda ou crônica. A lombalgia aguda acontece com algum trauma nessa região, com uma força aplicada de forma errada ao erguer peso, queda, pancadas. Geralmente a dor é forte com início preciso. A lombalgia crônica acontece sem início preciso, normalmente a dor aumenta aos poucos, aparece e desaparece. Essa é a mais complexa, pois sua causa pode estar em qualquer lugar do corpo, incluindo na cadeia visceral (fígado, intestinos, rins...), alergias, constipação intestinal, refluxo e até ovários policísticos. Por exemplo: se a fáscia que recobre o fígado sofre algum tipo de tensão por longos períodos (alterações que façam o fígado inchar como alcoolismo), essa tensão pode se propagar até a coluna pelas fáscias que interligam essas duas regiões como uma forma de dissipar o problema. Segundo o Método Busquet, o esqueleto humano se programa para proteger as tensões produzidas pelo corpo, e a coluna só consegue se alinhar se essa tensão se dissipar. Quando o organismo desenvolve alguma disfunção, a tendência é que o corpo adote uma postura de enrolamento (curvado para frente) ou de desdobramento (curvado para trás), que alivie a dor. Em 80% dos casos, as tensões internas recrutam os músculos para obter conforto e alívio. Essa reação promove uma mudança na postura, causando a perda das curvaturas corporais e, como consequência, a dor na coluna. A dor, portanto, não é um diagnóstico, mas sim um sintoma de que algo está errado no organismo.

As alterações viscerais na Lombalgia Crônica

Sabendo da íntima relação do plano visceral com o muscular, qualquer alteração que tivermos no conteúdo (visceral), pode parasitar o funcionamento do contentor (músculos do tronco). Todos os músculos do CORE terão suas funções prejudicadas, seja por excesso de uso ou por desprogramação (falta de uso). Estando parasitados, estes músculos deixam de estar livres e disponíveis para suas funções fisiológicas e passam a trabalhar para dar conforto ao sistema visceral. Esta perda da função fisiológica retarda a ativação destes músculos, favorece disfunções ao nível da coluna e consequente aparecimento de dor.

Cicatrizes

Quando ocorre a aderência cicatricial ocasionada por má cicatrização, a perda de movimento do tecido fascial leva a alterações mecânicas e, consequentemente, dores. E essas dores podem estar sendo refletidas na coluna lombar.

Diafragma e sua relação com a coluna lombar

Diafragma é o músculo responsável pela respiração, mas não somente isso. Ele está intimamente ligado à todas as cadeias musculares do nosso corpo, principalmente a lombar, pois ele se insere nas vertebras torácicas (T11 e T12) e lombares (L1, L2, L3). Por ele passam o esôfago, artéria aorta, veia cava inferior. Ele tem importante papel na função visceral, pois grande parte dela está conectada por fáscias ao diafragma. Assim, qualquer alteração em um ponto do corpo, faz com que ele tenha que se adaptar para o melhor funcionamento corporal.

Tratamento

A má postura pode ser a causa da lombalgia? Não... ela é a consequência de que algo esta alterado. Toda má postura deve ser considerada como a forma mais lógica que o corpo encontrou de buscar conforto. Por isso, a melhora da postura não deve ser imposta: a postura se liberta, ao mesmo tempo que as tensões corporais são liberadas. Não existe a “postura ideal” ou a “má postura”, mas sim a postura que podemos - cada indivíduo com suas limitações funcionais. Não necessariamente o problema inicial está na coluna, mas, devido a uma adaptação, o corpo sobrecarrega as costas "abrindo ou fechando espaço" para os órgãos funcionarem. Um tratamento que foque apenas na coluna poderá até amenizar as dores, mas não tratará a verdadeira causa e será incompleto. Pessoas com dor lombar têm alterações do controle motor lombo-pélvico. Assim, o melhor caminho de tratamento não seria fortalecer e alongar, mas sim liberar as tensões internas causadoras das disfunções permitindo que os músculos estejam livres para exercer sua fisiologia e responder prontamente ao sistema nervoso central (SNC). Um tratamento completo deve englobar a avaliação da parte musculoesquelética (músculos, ossos, articulações), visceral (órgãos do abdome), tórax (pulmões e coração) e crânio (cérebro e nervos).

Escute e entenda o seu corpo! Ele fala, reclama e grita com você... Não ignore ele ou force a algo que ele não está preparado.

Contato: Fabiana Pinheiro Silva CREFITO 10 4473 LTT-F | fisioterapia@culturadacorrida.com