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nome do post Teoria da Autodeterminação Escrito por: Seja Integral
26 de Fevereiro de 2016

Na atualidade, especialmente durante a última década, uma teoria de motivação vem se destacando: a Teoria da Autodeterminação (TAD), de Deci & Ryan. Ela surge como uma possibilidade mais detalhada para o estudo dos aspectos motivacionais que envolvem a prática de exercícios físicos.

Com a TAD, Deci e Ryan introduzem uma subteoria denominada Teoria da Integração do Organismo, estabelecendo a motivação de maneira contínua, caracterizada por diferentes níveis de autodeterminação (regulações motivacionais). Este continuum inclui a motivação intrínseca, a motivação extrínseca e suas diferentes regulações, e a amotivação, respectivamente da mais para a menos autodeterminada (Figura 1). motivacao Esclarecendo a Figura 1:
  • Na extrema esquerda encontra-se a amotivação, que é um estado caracterizado pela falta de intenção, se associando assim à ausência de motivação. Nesse caso, a pessoa não percebe os motivos para o início ou continuidade da atividade.
  • A seguir no quadro, à direita da amotivação, está a mais externa das motivações extrínsecas, a regulação externa. Esta é a regulação em que a pessoa é influenciada por fatores externos, executando a ação para receber recompensas ou evitar.
  • Na sequência, mais à direita, encontra-se a regulação introjetada, onde a regulação envolve situações conflituosas e os comportamentos são influenciados por pressões internas, como a culpa e a ansiedade.
  • O próximo estágio, mais interno, é a regulação identificada, onde o indivíduo considera a atividade importante e aprecia os resultados e benefícios que ela pode lhe proporcionar. A forma mais autodeterminada da motivação extrínseca é a regulação integrada, a qual não envolve só a identificação para a importância da atividade, mas também a integração dessas identificações com sua maneira de pensar, contendo assim algumas características da motivação intrínseca.
  • Finalizando, na extrema direita do continuum está a motivação intrínseca, onde a atividade é praticada por conta do prazer, da satisfação e do divertimento que ela proporciona. Nesse caso, a regulação é exclusivamente interna, sem qualquer tipo de influência externa.
Teoricamente, pessoas mais autodeterminadas estão mais propensas a se envolverem em determinados comportamentos do que as com baixa autodeterminação. No campo da Psicologia do Esporte e do Exercício tais pressupostos têm se confirmado, pois pesquisas verificam que quem é mais autodeterminadas para a prática de exercícios físicos tem maior participação nestas atividades. Estudos mostram que há uma relação negativa entre o tempo de prática de exercício físico com a amotivação e as regulações mais externas, isto é, aquelas pessoas que se motivam em busca de recompensas ou porque não queres ser punidas, tendem a praticar menos exercícios e a desistirem das atividadades. Bem como há uma relação positiva entre o tempo de prática de exercício físico e as regulações mais internas, deste modo, as pessoas que praticam atividade física por prazer, satisfação e divertimento, tendem a se manterem mais tempo praticando alguma atividade. Seja qual for o motivo pelo qual você pratica a corrida, busque sempre entender os benefícios que ela lhe traz para que se torne uma atividade prazerosa.  Assim você conseguirá se manter mais ativo e motivado para fazer seus treinos.
Bibliografia: Brickell, T. A., & Chatzisarantis, N. L. D. (2007). Using self-determination theory to examine the motivational correlates and predictive utility of spontaneous exercise implementation intentions. Psychology of Sport and Exercise, 8(5), 758- 770. Edmunds, J., Ntoumanis, N., & Duda, J. L. (2006). A test of self-determination theory in the exercise domain. Journal of Applied Social Psychology, 36(9), 2240-2265. Deci, E., & Ryan, R. (1985). Intrinsic motivation and self-determination in human behavior. New York: Plenum. Deci, E., & Ryan, R. (2000). The “what” and “why” of goal pursuits: Human needs and the selfdetermination of behavior. Psychological Inquiry, 11(4), 227-268. Fernandes, H. M., & Vasconcelos-Raposo, J. (2005). Continuum de auto-determinação: Validade para a sua aplicação no contexto desportivo. Estudos de Psicologia (Natal), 10(3), 385-395. Fernandes, H. M., Vasconcelos-Raposo, J., Lázaro, J. P., & Dosil, J. (2004). Validación y aplicación de modelos teóricos motivacionales en el contexto de la educación física. Cuadernos de Psicología del Deporte, 4(1/2), 67-89. Murcia, J. A., & Coll, D. (2006). A permanência de praticantes em programas aquáticos baseada na teoria da autodeterminação. Fitness & Performance Journal, 5(1), 5-9. Ntoumanis, N. (2005). A prospective study of participation in optional school physical education using a self-determination theory framework. Journal of Educational Psychology, 97(3), 444-453. Silva, R.B., Matias, T.S., Andrade, A. (2012). Relação da prática de exercícios físicos e fatores associados às regulações motivacionais de adolescentes brasileiros. Motricidade, 8(2), 8-21.

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