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Você sabia que exercícios físicos ajudam a manter a boa memória e o raciocínio? Pesquisas vêm mostrando que o melhor caminho para turbinar os neurônios é fazer o mesmo que se faz com os músculos. Um estudo feito na Universidade de Illinois (EUA) comprovou, pela primeira vez, como funciona esse mecanismo. Para que o cérebro pudesse ser observado de perto, os atletas escolhidos foram quatro grupos de ratos: Grupo 1: Recebiam estímulos sensoriais e gustatórios por meio de frutas, queijos e aromas de especiarias. Dormiam em iglus coloridos. Grupo 2: Tinham acesso a tudo que o Grupo 1 e mais uma roda para correrem. Grupo 3: Permaneciam em gaiolas convencionais e alimentavam-se de ração. Grupo 4: Tinham apenas as rodas de correr. Em todos eles foram injetados uma substância que permitia rastrear as mudanças na estrutura cerebral. As mudanças significativas foram observadas nos dois grupos que se movimentavam em suas rodinhas de correr, isto é, os animais que se exercitavam, tinham um cérebro muito mais saudável e se saíam muito melhor nos testes cognitivos. Com os humanos não é diferente. Há pesquisas que mostram que pessoas que praticam atividade física regular apresentam uma performance cognitiva melhor do que os sedentários, principalmente no que diz respeito à atenção. Fator oxigenação Assim como todas as outras partes do corpo, o tecido cerebral se deteriora ao não ser usado e com o passar dos anos. A partir dos 20 anos, perde-se anualmente 1% do volume do hipocampo, a porção do cérebro relacionada à memória e certos tipos de aprendizado. A prática de atividade física estimula a produção de uma proteína responsável por estimular a produção de novas células nervosas, os neurônios, principalmente no hipocampo. Portanto, o papel primordial dos exercícios é reverter a destruição dos neurônios, estimulando o crescimento de exemplares novinhos e a conexão deles com seus vizinhos. “Atividades físicas melhoram a oxigenação das células cerebrais porque incentivam a circulação sanguínea. Pessoas fisicamente ativas têm menor risco de Alzheimer e doença de Parkinson”, diz Jomar de Souza, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE). Sem fadiga Os exercícios não precisam ser exaustivos. “A fadiga e o excesso de treinamento físico não provocam os mesmos efeitos positivos”, acrescenta o neurologista. Outra pesquisa publicada recentemente pela Proceeding of the National Academy of Sciences avaliou 1 milhão e 200 mil homens suecos nascidos entre 1950 e 1976 que prestaram serviço militar. Os não-sedentários tinham um nível de raciocínio lógico e compreensão verbal superior. Mas a pesquisa mostrou também que o que importa é a boa condição física. “O bom estado físico significa que a capacidade cardíaca e a dos pulmões estão boas e, portanto, o cérebro recebe bastante oxigênio”, diz o fisiologista do exercício e preparador físico Leonardo Lima (SP). (Texto com informações da Revista VivaSaúde)